sexta-feira, 28 de maio de 2010

Conversa de botas batidas

Nosso amor de passagem, regado a conversa de botas batidas.
Fulgaz e empoeirado.
Não precisa falar.
Já leio seus olhos e suas mãos.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Humano

Eu e meu pobre coração mundano.
Detesto a solidão não programada, odeio as idas e vidas sempre à procura.
Estou procurando, estou sempre procurando e de tanto procurar já me perdi...
Eu perco sempre. Mesmo quando posso ganhar, sempre escolho perder...
Não importa o que eu faça.
Não sei por que a gente tem que jogar esse jogo de fingir que não se importa.
Eu me importo. Mas são tantas as voltas que a terra dá, já estou perdida.  

sábado, 22 de maio de 2010

Je suis

Às vezes minto,
e muito.
Às vezes amo,
e pouco.
É sempre tão pouco.
Tentar ser uma só é me abreviar...
Mil exitências cabem em mim e são tantas as vozes que falam em mim.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tentei

Tentei fingir que não ligava para a indiferença sendo mais indiferente ainda,
Tentei não ver as cenas apelativas,
Tentei não escutar o que você falava só para ver minha reação...
Tentei silenciar meu corpo bicho, mas a ave ainda grasna e não posso mais sacrifica-la.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Estranho

Restaram só fragmentos.
Flash, minha mão aperta a do estranho, nos olhamos...
Tem alguma química ou física não desvendada que não me deixa soltar sua mão.
Não entendo, mas minha mão sabe coisas e eu não sei.
A dinâmica mística dos afetos. Bastou um olhar e me desarmou! O apego e a espera não fazem sentido, o que era mesmo que eu esperava? O que é mesmo que sou eu?
E por um momento, o mundo todo era a mão do estranho que aquecia a minha.
Todas noites, quando no escuro me vejo só, lembro que numa noite qualquer, vi o mundo todo com a minha mão....
E sem saber,  a mim, foi dado de novo o mundo e a humanidade.